domingo, 14 de fevereiro de 2010

No Grupo de Acesso do carnaval carioca, Estácio emociona e Renascer de Jacarepaguá arranca aplausos com sua onda

* Matéria reproduzida do O Globo Digital


De pandeiro na mão, seu Zacarias do Morro de São Carlos, de 81 anos, arrancou aplausos da Sapucaí do alto do segundo carro alegórico da Estácio de Sá, penúltima escola a desfilar no Grupo de Acesso, na madrugada deste domingo. Mais cedo, a sexta escola, Renascer de Jacarepaguá, causou a mesma reação do público com uma comissão de frente com carrinhos de rolimã que deslizavam com quatro integrantes do alto de uma rampa azul simulando uma imensa onda. Foram a tradição e o novo disputando as atenções na Passarela do Samba.

Carnavalesco responsável por inovações que marcaram o carnaval nos últimos anos, Paulo Barros, que também está à frente do enredo da Unidos da Tijuca no Grupo Especial, acompanhou todo o desfile da Renascer. No início, a rampa que acompanhava a comissão de frente teve problemas e ele próprio ajudou a empurrar a alegoria. No fim, foi cumprimentado por diversos integrantes da escola.

Se a Renascer teve seu carnavalesco de Grupo Especial presente no Acesso, o mesmo não pode se dizer do Império Serrano. Rosa Magalhães, também responsável pelo desfile da recém promovida à elite do carnaval União da Ilha, não compareceu para acompanhar a passagem da escola da Serrinha. Ela torceu o pé.

Apesar de fazer um carnaval de pouco luxo, definido pelo próprio presidente da escola, Humberto Soares Carneiro, como "digno", o Império foi uma das agremiações que fizeram a Sapucaí cantar. Com a reedição de "E por falar em saudade", de 1985, a Caprichosos de Pilares também ecoou o famoso refrão de seu samba: "Tem bumbum de fora pra chuchu, qualquer dia é todo mundo nu".

Com seu enredo nostálgico e apostando na emoção, a Estácio de Sá contou sua história desde a origem, com a Deixa Falar, com luxo e um samba que também empolgou o público. Com bom humor e um enredo de fácil entendimento, a São Clemente fez o "Choque de Ordem na Folia". Chapéus com tijolos de isopor representaram as construções irregulares; um grande gato foi o destaque de um dos carros alegóricos, alusão às ligações clandestinas de luz e água.

No quesito problemas, a Unidos de Padre Miguel, primeira escola a desfilar, e a Paraíso do Tuiuti foram as que mais sofreram. A agremiação da Vila Vintém entrou na Sapucaí sem a comissão de frente por causa de atraso na chegada das fantasias. Os integrantes chegaram correndo e passaram o desfile lutando contra percalços com os adereços. Na Tuiuti, o boneco de um dos carros veio sem uma mão. Ele ainda ficou agarrado a um poste e só seguiu no desfile graças a ajuda de pessoas que estavam num camarote.

Com desfiles corretos, mas que não chegaram a empolgar o público, passaram a Império da Tijuca, a Acadêmicos de Santa Cruz, a Inocentes de Belford Roxo e a Acadêmicos da Rocinha. Já pela manhã quem fechou o desfile foi a Acadêmicos do Cubango, que veio com luxo, mas já encontrou boa parte das arquibancadas vazias, após a passagem da Estácio.

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